terça-feira, 22 de agosto de 2017

Resenha - Documentário Carne e Osso

44 comentários:

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  2. O documentário Carne e Osso, trata dos trabalhos desenvolvidos nos frigoríficos no Brasil. Fiquei bastante impressionada com o documentário. Choca ver os animais sendo tratados daquela maneira e os trabalhadores tratados como máquinas. O foco das organizações da área, conforme foi apresentado no documentário, não é o sujeito, mas a produtividade. Ele mostra o alto índice de lesões físicas e mentais nos trabalhadores do frigorífico e o descaso das organizações, que maquiam a realidade diante da fiscalização (trabalhadores afirmam: “quando tinha visita ficava mais lento”, “a temperatura ficava mais alta”).
    Em 2011, época da produção do documentário, mais de 750 mil pessoas trabalhavam na indústria frigorífica. Os índices de adoecimento constatado em trabalhadores dessa área são assustadoramente mais altos que em outras áreas, 596% e 743% são números citados no documentário. Outro dado do documentário: entre a população geral, 209 pessoas, a cada mil trabalhadores apresentarão transtorno mental e 712 trabalhadores do setor de frigorífico. Os trabalhadores relatam os salários baixos, condições insalubres de trabalho como baixas temperaturas e riscos evidentes, além de vários casos de lesões permanentes.
    Em seu relato, o desembargador Sebastião afirma que o “trabalho é onde a pessoa vai buscar a vida e não a morte”. Os fatos mostrados não corroboram esta afirmação.
    Ao assistir o documentário, pensei muito sobre a situação do Psicólogo em uma organização onde não há a valorização do sujeito. Como ficar inerte diante dos fatos? Como omitir-se frente aos relatos dos funcionários que perderam capacidade laborativa e são “trocados” por outros aptos? Será que é possível contribuir para melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores dentro desse contexto?
    Em programa da Globo News publicado em 12/06/2013, a União Brasileira de Avicultura afirma que sempre se preocupou com a saúde do trabalhador e a segurança do trabalho, investindo em EPI, ginástica laboral e paradas periódicas, com resultados expressos pela queda constante da frequência e gravidade nos acidentes de trabalho e dos afastamentos por doença, além da melhora do Brasil no ranking mundial. Apesar de reuniões entre as organizações, Ministério do Trabalho, Sindicatos, criação de normas regulamentadoras das atividades, percebe-se pelos relatos que as condições ainda permanecem aquém do desejado, e que debates e ações se fazem necessários para mudanças efetivas.

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  3. O documentário “Carne e Osso” traz a realidade de trabalhadores de frigoríficos brasileiros. É bem impactante desde o começo, os relatos dos funcionários são bem parecidos entre si e a angústia que causa ao telespectador é considerável.
    Destaca-se que o excesso da jornada de trabalho é um dos fatores mais preocupantes, visto que é um dos principais motivos de acidentes de trabalho. Tal contexto é ilustrado pelo depoimento de uma das trabalhadoras que diz: “quanto mais tu trabalhava, mais eles queriam que tu desse conta”. A partir disso, é fundamental que no lugar de futuros psicólogos tomemos uma postura crítica para nortear nossas opiniões acerca do assunto tratado, isto é: quanto custa para que o Brasil seja um dos maiores exportadores de carne do mundo? Ou melhor, quantas vidas custam?
    É fundamental percebermos a crueldade do sistema capitalista para com o trabalhador, afinal, durante o documentário são mostrados diversos relatos de doenças por movimentos repetitivos, jornada de trabalho extenuante, sofrimento psíquico, entre outros fatores de risco para o trabalhador de frigoríficos, lembrando também que tais mazelas trabalhistas não afligem somente essa parcela do proletariado.
    Será justa uma sociedade que faz seus membros se sentirem envergonhados (depoimento de uma das colaboradoras do documentário) por não terem mais condições de trabalhar, sendo que ela própria os adoeceu? Faz-se necessário também evidenciar a negligência de profissionais da saúde, principalmente médicos que pareciam não se importar com a saúde daqueles que os procuravam, sempre lhes receitando o mesmo remédio (diclofenaco de sódio).
    Por fim, fica a questão: qual o papel do psicólogo dentro de empresas que não tem o cuidado necessário com seus colaboradores?

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  4. Aline Juliano Ongilio
    Ao revelar o dia a dia dos trabalhadores nos frigoríficos, o documentário “Carne e Osso” se mostra uma ferramenta impactante na denúncia às cruéis condições de trabalho que aprisionam tantos brasileiros.
    O relato da trabalhadora que teve uma faca colocada entre seus dedos enquanto sentia dor para que o volume de produção se mantivesse mostra a necessidade de pensar como por vezes a empatia e o cuidado dão lugar à negligência e à busca excessiva pelo lucro. Nesse sentido, pensar em trabalho como uma atividade digna, prazerosa e bem recompensada financeiramente está, para aquelas pessoas mostradas no documentário, bem longe de sua realidade, uma vez que o cotidiano nos frigoríficos é cercado de perigos e pressão. Foi relatado, além da indiferença e da falta de cuidado dos médicos das empresas, o baixo salário recebido por aqueles que trabalham de forma exaustiva e perigosa atrás das esteiras realizando 18 movimentos em 15 segundos para desossar uma perna de frango, reafirmando que de forma alguma tal ocupação e sua remuneração compensam o risco de corte, as dores e os perigos à saúde daquelas pessoas.
    Dar voz a esses trabalhadores foi, para mim, o ponto mais interessante do documentário. É preciso, a partir de experiências como essa, pensar uma prática do psicólogo organizacional e do trabalho que seja crítica, empática e que busque lutar contra o abuso físico e psicológico nos ambientes de trabalho.

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  5. O documentário Carne, osso revela que a cadeia produtiva da carne no Brasil, faz o telespectador conhecer de perto como funciona a dinâmica de todo o processo de produção. As longas jornadas de trabalho, as condições precárias do ambiente de trabalho, os riscos de acidente, as doenças que resultam dos movimentos repetitivos e relacionados à pressão sofrida pelos funcionários. Essa cadeia é repleta de desrespeitos à legislação trabalhista e apresenta um cotidiano de sofrimento.
    Muitos desses profissionais precisam do emprego. São jovens, com baixa escolaridade e baixa renda que precisam desse salário para o sustento da família.
    As estatísticas apresentadas impressionam. Uma carga de trabalho três vezes superior à recomendada como limite. Três vezes mais chances de desenvolver transtornos mentais. “O trabalho é o local em que o empregado vai encontrar a vida, não é o local para encontrar a morte, doenças e mutilações. E isso no Brasil, infelizmente, continua sendo uma questão séria". Sebastião Geraldo de Oliveira, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª região (TRT-3). Como trabalhar buscando a promoção de saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores se os mesmos têm medo de se acidentar, de ir trabalhar, limite de vezes para usar o banheiro e trabalham em uma temperatura menor que a determinada?
    "Basicamente, é conscientizar essas empresas para reprojetar essas tarefas. Introduzir pausas, para que exista uma recomposição dos tecidos dos membros superiores, da coluna. Em algumas vai ter que ter diminuição de ritmo de produção. Nós estamos hoje chegando só no diagnóstico do setor. Mas as empresas ainda refratárias a esse diagnóstico". Paulo Cervo, auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
    Não é fácil diminuir a incidência de problemas no ambiente de trabalho de um frigorífico. Possíveis atitudes que podem promover melhora são a redução da jornada de trabalho, adotação um rodízio de tarefas, diminuição do ritmo da linha de produção e realização de pausas mais frequentes e mais longas. Como conscientizar as empresas de que é preciso haver um acordo entre empregado e empregador para que haja a satisfação das necessidades pelas duas partes? No mundo capitalista, o lucro é mais importante que o bem-estar daqueles que oferecem sua força de trabalho.

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  6. Yasmin Barreto Bitencourt
    O documentário "Carne e osso" conta a realidade dos indivíduos que trabalham nos frigoríferos e do alto desgaste físico e mental desenvolvido através do trabalho massivo em que são submetidos. Muitos dos profissionais deste campo não possuem boas condições de vida e necessitam do emprego para que possam sustentar a si e suas famílias. No entanto, o trabalho que lhes é designado possui um efeito rebote, em vez de melhorar a qualidade de vida, leva a danos ,muitas vezes irremediáveis, tanto físicos quanto mentais. Fica muito claro no documentário que a saúde e bem estar do trabalhador não recebe nenhuma atenção, o foco é voltado para a produtividade, independente das condições precárias em que seus profissionais sejam assujeitados. Os trabalhadores possuem certa consciência de que suas condições de trabalho fogem do que a legislação aponta, no entanto, um jogo de poder e hierarquia dentro das empresas fazem com que os mesmos não se manifestem e continuem presos nesse clico de trabalho que os lesiona cada dia mais levando-os ao adoecimento.
    Ainda sim, é necessário que os trabalhadores reivindiquem por condições dignas de trabalho e tratamento, assim como é importante que as empresas compreendam a importância do profissional em seu espaço, e adote medidas em que evitem que o mesmo seja "massacrado" . Algumas opções para essa questão que foram apontadas no documentário são, o rotação de tarefas, intervalos de descanso, e diminuição do ritmo de produção assim como da jornada de trabalho diária. A saúde do profissional é de extrema importância para as empresas, uma vez que não há trabalhador, também não há produto.

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  7. Lívia Maria de Oliveira

    O documentário Carne e Osso retrata a realidade vivida pelos trabalhos dos frigoríficos brasileiros, através dos mesmos. O trabalhador é tratado com descaso e de maneira desumana, sendo apenas um meio para se conseguir a produção desejada. Seu trabalho é repetitivo como nas esteiras fordistas e amplamente discutida no filme "Tempos Modernos", onde o homem vive alienado e não pensa sobre seu trabalho, como se fosse apenas um robô do sistema. E, devido a esse trabalho e a negligência com o trabalhador, a saúde dele é prejudicada, sendo comum o aparecimento de problemas como tendinite, dores musculares, doenças mentais e depressão.
    As dificuldades relatadas sobre trabalhar naquele ambiente guram em torno do quão é estressante, dos riscos que se tem pelo fato de ter sempre facas e utensílios que podem ocasionar ferimentos, além das dores musculares por ter que passar 8 (oito) horas diárias fazendo o mesmo movimento. E ainda, infelizmente, a maioria necessita daquele trabalho para que possam sustentar as suas famílias.
    Para que essa realidade mude, é de extrema importância a introdução de pausas entre os trabalhos e até mesmo a diminuição do ritmo de trabalho, contudo, ainda existe uma hierarquia muito grande, onde o empregador é considerado superior ao empregado, que deve mudar para que alterações no sistema ocorram.

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  9. Juliana Marques Cury

    O documentário Carne e Osso mostra a realidade dos frigoríficos brasileiros onde a necessidade de superprodução para atingir e bater metas, um trabalho agressivo e condições insalubres para o mesmo ser realizado. Faz-se importante ressaltar o apoio dado pelo capítulo Questões éticas da Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações voltada a Gestão de Pessoas. Foi possível perceber que o trabalhador entende ao que está sujeito, ou seja, falta de qualidade de vida, falta de segurança no trabalho, salários baixos, movimentos repetitivos e pesados, falta de liberdade, ambiente extremamente rígido no trabalho e muita competição gerada pelo capitalismo, tendo como consequência a desigualdade social.
    A necessidade de continuar nesse tipo de emprego se dá geralmente pela geração de renda para a família, que na maioria das vezes é dependente, ou então encontra-se no mesmo emprego em frigoríficos, como relatado no documentário. Os empregados também demonstram bastante culpa e vergonha quando se tornam inválidos para determinadas funções, por não serem capazes de vender sua força de trabalho, poder competir por melhores condições e mudar de realidade, o que ao meu ver não é certo, considerando o descaso por parte da administração dos frigoríficos, e como são relatados os casos de acidente no trabalho, mostrando sempre uma ineficiência da estrutura física dos frigoríficos.
    O que deve ser pensado é sempre na saúde do trabalhador, na valorização do mesmo, pois sem ele não tem força de trabalho para produzir e atingir metas, gerando o lucro que movimenta o mercado, mas para que não haja a alta rotatividade empregados por invalidez, contingente de funcionários em casa com atestado médico e demissões por ineficiência, deve-se repensar até onde é ético e saudável exigir que os empregados não conversem durante o trabalho, ou deixem de usar o banheiro, "façam" de 5 a 10 minutos de alongamento e tenham cargas horárias exaustivas e horas extras sem remuneração.

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  10. Durante o documentário, a música de fundo começou a me incomodar devido ao fato dela ser muito repetitiva, e só ao fim dele eu pude compreender o significado dela dentro daquele contexto... O documentário mostra de forma bem clara a rotina dos trabalhadores de um frigorífico que, logo de início, já é capaz de nos chocar.
    Em um dado momento, é relatado que esses trabalhadores realizam cerca de 3x mais o número de movimento que seria considerável saudável/aceitável dentro de tal contexto. Logo, percebe que dentro do capitalismo, além do indivíduo não conseguir enxergar um sentido no trabalho, o trabalho sequer enxerga no sujeito algum sentido que não seja o da produção.
    Além disso, utilizamos frequentemente em trabalhos até mesmo acadêmicos, o filme "tempos modernos" para retratar a massificação do trabalho, e a assujeitacao do indivíduo, sem perceber que não é necessário recorrer a obras antigas para encontrar essa mesma realidade. A realidade que por vezes, nos buscávamos em filmes antigos, documentários, e utilizávamos os mesmos em exemplos e discussões, chega até nós com um pedido de socorro em casa corte, e a sociedade parece não o encontrar. Talvez por ser cômodo comer um pedaço de carne sem carregar a culpa de ter contribuído para o adoecimento de um terceiro; ou por tentar fugir do sentimento de impotência perante isso; ou por simplesmente não se importar em quais condições aquele alimento chegou por você, e quem realmente foi sacrificado para que isso fosse possível.
    Ana Carolina Montanheiro Gonçalves

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  11. O documentário "Carne, Osso" vêm denunciar o quanto o trabalho em frigoríficos é massante, demonstra a difícil realidade de homens e mulheres que ocupam-se dessas atividades. Mostra uma dura realidade na qual danos físicos e mentais são recorrentes, discutindo a saúde como um todo, bem como as condições de trabalho e a falta de segurança para os indivíduos que estão empregados nesses locais, utilizando, além de imagens que causam, por si só, um grande impacto, trazem depoimentos dos próprios trabalhadores para exporem a realidade daquele local.
    Durante os depoimentos que são mostrados durante o documentário, é possível perceber o quão frenético é o ritmo de trabalho nesses lugares, e que é cada vez mais exigido a produtividade acelerada sem se pensar nas condições que são dadas às pessoas que possuem aquele local como o de trabalho. Pouca segurança onde os trabalhadores se encontram rodeados por serras e facas, sem dizer sobre uma carga horária exaustiva e com raras pausas. Além disso, também traz uma discussão não apenas acerca do ambiente laboral daqueles sujeitos, mas também de seus contextos sociais, políticos e econômicos.
    O exposto no documentário é um prato cheio para se iniciar uma discussão sobre produção de saúde e/ou doença no ambiente de trabalho e para que hábitos sejam vistos e revistos para que o trabalhador encontre boas condições de trabalho, para que então este não seja um local que cause sofrimento para ele(a).

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  12. Patrícia Coppola Oliveira.
    A sociedade contemporânea surge embasada no modo de produção do capitalismo, em que a relação produção/consumo/lucro sustenta todo o processo social, corroborando para o aumento do número de adoecimento psíquico. O individualismo é personagem principal, a cobrança pela perfeição aumenta a cada dia e a depressão, a síndrome do pânico e os quadros patológicos de ansiedade se manifestam como fenômeno cultural.
    O documentário Carne e Osso realizado pela ONG Repórter Brasil, 2011 foi dirigido pelos cineastas: Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. O longa-metragem denúncia as precárias condições dos trabalhadores de frigorífico do Brasil. Como também, revela que o mercado produtivo de carne é repleto de desrespeitos à legislação trabalhista e a um cotidiano de sofrimento, depressão e riscos.
    Trouxe à baila as reais condições desumanas em que esses trabalhadores são assujeitados bem como a fomentação de sua heteronomia. São submetidos a extensas horas de jornadas, se deparam com uma série de riscos e reproduzem movimentos repetitivos como se fossem máquinas. É nessa lógica, que esses trabalhadores são tratados. Existem metas a cumprir para não “tomar show” termo usado para quem não conseguisse atingir a meta. Quando isso ocorria, eles recebiam uma cota extra de atividades e muitas vezes varavam a madrugada na esteira de corte. Ir ao banheiro tampouco era uma tarefa simples: era necessário pedir autorização do encarregado de controlar a produção, e segundo os relatos, urinar mais de duas vezes ao dia resultava em uma séria advertência.
    Diante do exposto fica a reflexão qual seria o papel do psicólogo nessa instituição?
    Penso que esse é um problema de interesse da sociedade, não é só de um setor, no qual o Estado tem que se posicionar, não se pode fazer de forma tão vaga e impune em relação às ações em que levam ao adoecimento e à incapacidade de tantos trabalhadores. Basicamente, é conscientizar essas empresas para planejarem e projetar melhor essas tarefas, adequando as condições do trabalho nesses frigoríficos às recomendações da NR 36.
    Ao ler o texto questões éticas da Psicologia social do trabalho e das organizações voltada à gestão de pessoas, acredito que o psicólogo organizacional deva ser um mediador dos fenômenos apresentados na instituição e após analisar, compreender e contextualizar as situações, compete a ele intervir nas relações entre o trabalhador e a empresa. Cabe a ele buscar a dignidade e à integridade do ser humano através das estratégias que possam reestabelecer a existência emancipatória do trabalhador. Entendo assim, que esse processo será marcado pelos conflitos e diálogos, uma vez que a ética do psicólogo social contrapõe com a ética do capitalismo, entretanto o objetivo é construir uma dialética em que ambos trabalhador/empresa sejam atendidos em suas necessidades.

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  13. O documentário "Carne e Osso", produzido em 2011 por Repórter Brasil, relata a rotina de trabalhadores de frigoríficos nas regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. Através de imagens de frigoríficos e de depoimentos de trabalhadores desta área, é possível perceber como o trabalho é realizado nestes locais. O documentário contou também com profissionais da área da saúde, do direito, auditores fiscais, entre outros.
    "Carne e Osso" me deixou chocada, pois, embora eu já soubesse um pouco sobre a condições precárias dos trabalhadores de frigoríficos, não imaginava que a situação era tão grave. Em alguns momentos, a impressão que tive foi de estar fatigada, pois os movimentos dos trabalhadores e da esteira eram tão rápidos e repetitivos que pareciam cansar quem assiste. Em outros momentos, me senti emocionada e indignada diante dos depoimentos de trabalhadores e ex-trabalhadores, que tiveram suas vidas extremamente prejudicadas por terem exercido este tipo de trabalho.
    A forma de trabalho mostrada corresponde ao modelo fordista e taylorista de produção, dividindo cada uma das etapas, sendo que cada trabalhador sabe apenas de uma parte da produção total. Além disso, durante toda a jornada de trabalho, é exercida a mesma atividade, com movimentos repetitivos, no menor tempo possível, para que a maior porcentagem de lucro seja gerada, já que o sistema capitalista visa lucrar.
    "Carne e Osso" mostra que as empresas em questão exploram massivamente os trabalhadores, com ações como: pagar salários extremamente baixos, pressionar para a realização de um mesmo trabalho cada vez mais rápido, regular as idas ao banheiro, privar os trabalhadores de conversar entre si e de realizar pausas, exceder as jornadas de trabalho sem pagamento de horas-extra, manter temperaturas muito baixas, não cuidar adequadamente das condições de trabalho para prevenir adoecimentos e acidentes, além de não tratar corretamente problemas de saúde dos funcionários.
    Infelizmente, os trabalhadores entrevistados acabam se submetendo a essa exploração por não possuírem condições de escolha de outro emprego, pois, em geral, têm família para sustentar e baixa escolaridade. É uma realidade que não desejavam viver, mas pela necessidade de sobrevivência acabam vivenciando.
    É possível perceber que as empresas negam a realidade de suas péssimas condições de trabalho e dos prejuízos causados aos funcionários. Porém, quando fiscais e auditores realizam visitas, os chefes diminuem a velocidade de trabalho e aumentam a temperatura, para assim, camuflar suas insalubres condições.
    As atividades realizadas em frigoríficos são, em geral, de risco, por utilizarem facas e outros instrumento cortantes, equipamentos pesados, além do risco de queimaduras. Muitos funcionários destes serviços muitas vezes sofrem com dores nas mãos, no pescoço e coluna, perdem movimentos devido à lesões, e, em casos mais graves, perdem algum membro do corpo. Além de dores físicas, há intenso sofrimento psíquico na vida destes trabalhadores.
    Seria muito importante a atuação de um psicólogo organizacional e do trabalho para auxiliar nas questões destas empresas. A atuação da psicologia neste campo pode ajudar os indivíduos a lidarem com seus sofrimentos, porém é necessário atuar em todo o sistema, para ao invés de focar no tratamento de problemas, possa se focar na prevenção. A psicologia sozinha não consegue promover a mudança, mas pode ajudar. O Estado deve fiscalizar e trabalhar cada vez mai em prol da melhoria das condições de trabalho nos ambientes frigoríficos. Esta é uma realidade que precisa ser modificada.

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  14. Eliana da X. Chen
    O documentário “Carne e Osso” mostra uma realidade perturbadora por trás da indústria do frigorífico, realidade essa que de alguma forma sabemos, mas que não paramos para pensar ou refletir sobre, é uma realidade da qual preferimos ignorar uma vez que não nos diz respeito e não é condizente com o que alguém que conhecemos tenha vivenciado. Durante uma hora, nos traz uma consideração a respeito das mudanças necessárias acontecerem no sistema em que vivemos nos escancara as atrocidades que acontecem em locais afastados e pouco visualizados porque as informações não se propagam devidamente.
    As queixas dos trabalhadores são logo encobertas por conta de alguma chantagem ou aliciamento sobre o que o funcionário pode perder caso denuncie a empresa e as atrocidades cometidas por ela; as denúncias feitas ao longo do documentário são parecidas, o que mudam são os personagens que fazem os relatos e o tipo de sofrimento causado pelo excesso de trabalho. Isso nos faz questionar se o mundo em que estamos é justo e faz com que percebamos o preço da ignorância sobre estes aspectos. Tendo isso em vista, é preciso refletir a respeito do papel do psicólogo organizacional e do trabalho ou mesmo do psicólogo social, e inferir posturas deste profissional de forma a melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores, que são explorados e aparentam não possuir direitos dentro dessas empresas. É necessário que algo seja feito além das teorias e conceitos trabalhados ao longo do curso de Psicologia e antes de priorizar o ganho financeiro de algum empresário, indagar se o trabalhador está sendo respeitado como ser humano. É vital trabalhar também com a consciência daqueles que buscam manter o sistema e mostram desconsideração para com o outro e com a sua dor, provavelmente apenas assim traremos alguma mudança e alguma melhoria na qualidade de vida desse trabalhador.

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  15. Marylise Guimarães de Oliveira
    O documentário “Carne e Osso” de 2011, mostra a realidade dos frigoríficos no Brasil e sua dura forma de atuar. É mostrada como é a linha de produção onde frangos são desossados, bovinos e suínos são cortados e como o trabalhador é explorado.
    Pessoalmente eu fiquei extremamente indignada em ver como o trabalhador era usado como uma peça onde sempre que dava defeito, era simplesmente descartada. O depoimento desses trabalhadores, são chocantes, a falta de respeito por eles é visível. O que mais me impressionou é como esses frigoríficos faziam os trabalhadores acreditarem que eles eram os problemas, os culpados, preguiçosos, dramáticos e não davam a eles um pingo de atenção e cuidado.
    O ritmo de trabalho daquela cadeia de produção é desumano. Tira dos trabalhadores sua saúde em pouco tempo e depois que estes estão todos com a saúde prejudicada, alguns inclusive mutilados, eles são demitidos e mesmo estando sem condições de continuar a trabalhar se sentem mal por não poderem mais exercer as atividades de trabalho, e pior, não conseguirem nem sequer realizar atividades simples em casa, tendo que se reinventarem para dar conta do dia-a-dia.
    Além de tudo ainda contam como era “mascarada” a produção quando havia fiscalização. Reduzia-se a velocidade da esteira, aumentavam a temperatura do local, etc, de forma a parecer que tudo ali fluía bem.
    Tiro desse documentário a lição de que para se garantir os direitos dos trabalhadores e um local de trabalho saudável é necessário ir muito mais do que pela aparência do local, do que se é mostrado para quem está de fora, é preciso adentrar e ouvir os funcionários, conseguir vencer o medo deles de dizer algo e serem demitidos, tentar estratégias para se localizar as causas mais profundas dos problemas. Isso é de grande valor.

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  16. O documentário Carne e Osso, produzido em 2011 e dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, mostra o dia-a-dia de trabalhadores nos frigoríficos de manipulação de carnes. No decorrer do documentário, os trabalhadores vão relatando experiências dolorosas ligadas ao ambiente do trabalho, enquanto alguns especialistas falam um pouco mais sobre a realidade absurda relacionada ao sistema de produção e o trabalho como um todo.
    As palavras dos trabalhadores atravessam uma realidade pautada em problemas estruturais, a falta de consideração em relação a descanso, a falta de cuidado e atenção com cada um deles, onde o trabalho se torna meramente um lugar onde só é possível estar pelo fato de é extremamente preciso e necessário para o sustento. É relatada por uma médica durante o filme como uma síndrome de sobrevivência, onde não se enxerga uma saída.
    Objetivos traçados dentro dessas empresas são vistos como possibilidades de produzir mais e mais. Uma estrutura hierárquica que apenas adoece e pensa em produção dentro de um ambiente complexo e extremamente agressivo. É passada uma impressão que todos naquele ambiente sabem o quão adoecido ele é, entretanto, trabalhadores não conseguem e não podem reivindicar nada e aqueles que ocupam um lugar mais alto na hierarquia apenas tentam mascarar (algumas vezes, nem tentam) que se trata de um lugar saudável para trabalhar. Isto pode ser visto em momentos em que ocorrem as auditorias e produção é reduzida, bem como é aumentado o número de funcionários no setor. Um ato que só mascara o real adoecimento que ali acontece.
    Neste sentido, pensando que se trata de um ambiente extremamente complexo e é hierarquizado, pensar em psicologia neste contexto se torna, também, um assunto bastante complexo e muito difícil. Pensar, mais ainda, em uma possível psicologia que não esteja em local apenas para servir ao capital e aquele que está oferecendo o serviço, mas para quem está ali, no chão de fábrica. Entretanto, penso que as ações a serem pensadas extrapolam apenas o trabalho do psicólogo, mas de toda uma rede para demonstrar o que de fato ali acontece e o que realmente dá para ser feito.
    O mercado continuará existindo, bem como as demandas do serviço. Mas é inegável que as situações de trabalho precisam ser mudadas. Ações que visam dar voz aqueles que sofrem, pensando em maneiras corretas de produção tanto no sentido estrutural, enquanto ambiental são, na minha opinião, os primeiros (e extremamente difíceis) passos a serem dados. Tendo em visto o texto que relaciona as questões éticas da Psicologia, se faz necessário pensar na atuação em favor desta ética e dos seres humanos ali presentes. Ações que funcionam no sentido de mediar e pensar em estratégias que mantenham a integridade e a saúde dos trabalhadores é o mínimo que nós enquanto (futuros) profissionais poderíamos pensar.

    Gabriella Oliveira Arantes Coelho
    RA: 201510571

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  17. As impressões que mais me marcaram ao assistir o documentário “Carne e Osso” foi a absurda desumanização e exploração que os trabalhadores dos frigoríficos estão sujeitos. A rotina dos trabalhadores é acelerada, estressante, desgastante, arriscada e sob pressão, pois eles têm que “dar conta do recado”, independente de qualquer coisa, especialmente pela baixa condição socioeconômica que possuem. A jornada de trabalho é alta (e as horas extras não são pagas), o que aumenta os riscos de acidentes de trabalho, que são naturalmente muito mais comuns no setor do abate. Caso fique doente ou debilitado, o trabalhador possui receio de ser mandado embora devido a necessidade do salário (pois de fato são demitidos), então permanece trabalhando silencioso e doente, desenvolvendo doenças crônicas, geradas principalmente pelos movimentos repetitivos. As conversas, risadas e até as necessidades fisiológicas são limitadas. Assim, devido ao rápido desgaste físico e psíquico que sofrem, há uma alta rotatividade de trabalhadores, que são tratados como objetos descartáveis. Infelizmente quando a auditoria passa por esses locais, as situações são forjadas, e, no máximo, a empresa paga a multa necessária de tempos em tempos, sem realmente mudar nada em seu sistema selvagem. Os depoimentos dos ex-trabalhadores foram muito emocionantes, mostrando a veracidade contrária ao que a mídia ilustra. Finalizando com uma frase dita por um dos entrevistados “Trabalho é o local que o trabalhador vai para ganhar a vida, não para encontrar morte, dor e mutilação”, caso que ilustra bem de forma antagônica a triste realidade dos trabalhadores das empresas frigoríficas.

    Marina de Souza Lopes Menezes RA:201510349

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  19. O Documentário mostra a realidade dos trabalhadores nos frigoríficos onde encontram-se totalmente “apagados”, esses trabalhadores passam horas atrás de esteiras, repetindo inúmeras vezes o mesmo movimento, um verdadeiro processo de robotização, onde não se pode faltar, pensar, falar, chorar, reclamar, ir ao banheiro, etc., a partir disso podemos visualizar as péssimas condições de trabalho e de saúde nesse ambiente. Do mesmo modo, a empresa aprofunda o seu controle próprio sobre a vida pessoal, familiar, educacional desses trabalhadores. O foco é somente na produção e no seu aumento, descartando qualquer qualidade de vida dentro e fora desse contexto.
    Os relatos de sofrimento desses trabalhadores mostram suas necessidades de trabalharem nessas condições e que não tem outras opções conforme relata um dos entrevistados “não sei fazer outra coisa”, além disso, se mostram culpados ou com vergonha por não conseguirem trabalhar devido ao seu estado de saúde, o que me leva a pensar que o problema não é somente dentro desse ambiente de trabalho, ele abrange todos os sistemas seja de saúde, educação, política entre outros e que de alguma forma afetamos e somos afetados por ele. A partir disso podemos refletir sobre nosso papel dentro desses contexto
    Julliane Carvalho da Silva

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  20. Ludmila Madeira Jesus
    O documentário “Carne e Osso” evidencia a dura realidade do trabalho nos frigoríficos no Brasil, e a série de adoecimentos de ordem física e psíquica na qual os trabalhadores são submetidos. Apesar de se focar nesse tipo de empresa, pode-se dizer que as questões trazidas pelo documentário se refletem em diversos outros setores no mundo do trabalho. Estamos falando de um funcionamento empresarial que se suporta na acumulação de capital e exploração econômica; e que, segundo o texto “Questões Éticas da Psicologia Social do Trabalho e das organizações voltada à Gestão de Pessoas” segue uma lógica que possibilita uma ética que tem como alguns de seus pressupostos o direito privado e a exploração do ser humano enquanto objeto produtor de lucro. Diante das questões empregatícias dessas empresas denunciadas no documentário (condições precárias de segurança, atendimento médico, extensa jornada de trabalho, adoecimentos); é desafiador imaginar como seria o trabalho do Psicólogo Organizacional e do Trabalho ali, considerando que tal situação vai contra os Princípios Fundamentais de seu Código de Ética profissional, uma vez que esse psicólogo não consiga fugir da ética capitalista em tal contexto. Assim como ocorre com o médico que possuía, no frigorífico a posição engessada de um profissional que prescreve anti-inflamatórios para pessoas que estão adoecidas em função dos padrões de movimentação de sua rotina; um psicólogo que se ativer às problemáticas individuais e ditas como pontuais dos trabalhadores estará servindo à manutenção da estrutura de dominação existente na organização. Uma alternativa para isso seria uma visão consciente da realidade do ambiente organizacional; a saída da dimensão puramente técnica para dialogar com os processos organizativos e um trabalho de negociação constante com o contexto ocupacional. Fica como desafio imaginar como seria esse diálogo, uma vez que situações apresentadas no documentário; como por exemplo, demissões de funcionários lesionados, adulteração da rotina durante fiscalizações, e descumprimento da lei mostram um contexto que não está interessado em criar um ambiente de trabalho sadio, caso seu lucro seja impactado.

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  21. Lia Maraucci Meloni
    Pude observar como o documentário "carne e osso" revela as condições de trabalho, nesse caso, do dia a dia de trabalhadores em um frigorífico em péssimas condições. Fica nítido como o lucro vem antes de qualquer qualidade de serviço, como quanto mais trabalhavam mais os era cobrado, mostrando claramente como a lógica capitalista predominava no local acima de qualquer outra coisa. São jornadas de trabalho excessivas, acidentes, cansaço mental e físico, doenças causadas pelo espaço inadequado, entre outros.
    Temos que ter um olhar crítico acerca do que acontece em empresas como essas, principalmente como psicólogos, para que procuremos dar as pessoas uma atividade minimamente gratificante e segura. É possível dar voz aos trabalhadores, assim como conscientizar a empresa dentro de nosso papel como Psicólogo.
    A denúncia nesses casos também é importante para que haja conhecimento de situações como essas, a fim de que não se repitam, já que a saude do profissional deve existir para que suas condições de trabalho melhorem e, consequentemente, o produto final da empresa também seja melhor.

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  23. O documentário Carne e Osso, produzido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros foi lançado no Brasil no ano de 2011, ou seja, há 6 anos. E além de todo o impacto que ele me causou ao mostrar a realidade da indústria das carnes no Brasil, fiquei me perguntando: será que nada mudou de lá para cá? A fim de responder a esta indagação, busquei alguns boletins epidemiológicos oficiais a respeito de acidentes de trabalho na área dos frigoríficos e, para a minha surpresa, o único que encontrei foi feito entre os anos de 2006 e 2013 (Boletim epidemiológico agravos à saúde em grupos de trabalhadores da indústria de carnes no BRASIL, 2006 – 2013, disponível no site http://www.fundacentro.gov.br). A partir desse dado concreto, bem como do cenário de horror revelado pelo documentário, muitas são as reflexões possíveis no contexto não só da Psicologia Organizacional, mas também da própria vida em sociedade na qual estamos inseridos. Uma pergunta central que todos deveríamos fazer diariamente é em relação aos custos reais do que temos consumido. Especificamente no caso das carnes, qual seria um valor ideal para 1kg de carne? Vale realmente a pena comprar essa quantidade de carne que traz consigo o peso de 24,5% de capsutile adesiva do ombro, 13,6% de abscesso de bainha tendínea, 7,8% de síndrome do túnel do carpo, acidentes graves, acidentes fatais, incapacidades diversas? Outra pergunta relacionada ao que estamos consumindo é qual a nossa participação na indústria do abate e processamento de carnes? Uma outra indagação que deve ser frequente: Os fins realmente justificam os meios? E aqui a resposta não é do ponto de vista capitalista, pois, nesse sentido, ainda está compensando pagar diversas indenizações trabalhistas do que reformular a indústria pensando na saúde e no bem estar do trabalhador. A resposta aqui deve ser em termos humanos, sociais, psíquicos. Outra questão importante no caso da indústria da carne é a seguinte: a chacina é animal ou humana nesses espaços? Essas são só algumas poucas reflexões a partir do documentário, pois, muitas outras devem ser levantadas para que possamos não só discutir o assunto, como também colaborar para mudanças em nossa prática profissional. É imprescindível trazer à tona questões que colaborem para o rebaixamento moral, físico, psíquico, social e familiar do ser humano para que estas sejam aos poucos - por meio de debates, leis, esclarecimentos, multas, indenizações - completamente extirpadas do meio social. E se nós da Psicologia temos o desejo e o papel de promover emancipação humana, fiquemos com este incômodo deixado pelo documentário “Carne e Osso” para que o nosso papel transformador nos seja lembrado cotidianamente. Mellissa F. Guimarães

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  24. O documentário “Carne e Osso” aborda a realidade do trabalho em frigoríficos do Brasil, mostrando as condições precárias de trabalho, o excesso de trabalho, o risco de acidentes aumentados e a sobrecarga física e psíquica dos trabalhadores. Além de todo sofrimento enfrentado pelos trabalhadores, o documentário mostra acima de tudo como funciona a ética capitalista do lucro, que carrega como base o liberalismo, a alienação no trabalho como condição para o exercício profissional e a exploração do ser humano como condição para a manutenção da produtividade e da competitividade geradoras de lucro. Achei extremamente impactante o relato dos ex-trabalhadores sobre a experiência de cada um como funcionário de frigoríficos, e como esse estilo de trabalho afetou diretamente suas vidas. Como psicólogos, acredito que temos que criar uma visão muito crítica, para não sermos levados a compactuar de certa forma com essa realidade cruel, exploratória, desumana e capitalista de trabalho.

    Laura Turatti Barbosa

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  25. Júlia Heitor Bevilacqua
    O documentário "Carne e osso" coloca em questão uma realidade não só trabalhista, mas humanitária que não deveria existir em hipótese nenhuma, mas que infelizmente é vista em diversos contextos de trabalho no Brasil. A exploração do trabalhador, onde tanto sua saúde física quanto sua saúde mental são "sugadas" devido as más condições de trabalho, em que as questões de ética e moral abordadas no texto: " Questões éticas da Psicologia Social e do Trabalho e das Organizações voltadas a Gestão de Pessoas" passam a ser violadas em detrimento do lucro e da produtividade, marca expressiva do capitalismo.
    Ao assistir o documentário é impossível não se lembrar do filme "Tempos Modernos" onde os movimentos repetitivos de Charles Chaplin são vistos exaustivamente nos trabalhadores dos frigorífico, gerando doenças e lesões que podem ficar marcadas durante toda a vida.
    O documentário juntamente com o texto são alertas da importância do psicólogo dentro das organizações, que faz um trabalho muito além de seleção e gestão de recursos humanos. Estamos ali para falar sobre direitos humanos, sobre saúde mental, sobre limites e a necessidade de aprender que esses sejam respeitados, pois sem qualidade no trabalho não é possível ter um desempenho qualificado e que respeite a vida. As imagens impactantes com o complemento da literatura que é necessário que ética, direitos do trabalhador e humanos e produtividade andem juntas, e que apesar de ser uma realidade muito difícil não é impossível e é de responsabilidade do psicólogo ajudar que isso se concretize.

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  26. Bianca Brondi Barboza

    O documentário “Carne e osso” nos mostra as experiências profissionais de funcionários de frigoríferos brasileiros elucidando as precárias condições de trabalho e sua realidade aviltante por desrespeitar sem qualquer preocupação as leis trabalhistas do nosso país além dos princípios de dignidade humana. Os participantes contam sobre como a carga horária é exacerbada, o número de movimentos e repetições orientados pela Organização Mundial da Saúde é extrapolada e o como o atendimento médico à essa população é mínimo. Além disso, a obra evidencia como o modo de produção capitalista impacta na subjetividade do trabalhador, evidenciando os problemas com os quais o psicólogo do trabalho irá lidar, nos fazendo questionar qual deve ser sua postura ética dentro da empresa.
    Os relatos corroboram com os apontamentos do texto “Questões éticas da Psicologia Social do Trabalho e das Organizações voltada para a Gestão de Pessoas”. A ética dos empregadores do documentário é exclusivamente a ética do capitalismo, onde a exploração do trabalho humano visando a maior produtividade é o único objetivo do horizonte da empresa. Qualquer funcionário que não se adeque às exigências absurdas e exageradas, por qualquer motivo que seja, desde não compactuação com esses ideais até a falta de condição psíquica ou física para esse trabalho é prontamente substituído por um outro que precisa tanto quanto ele vender sua força de trabalho como meio de sobrevivência. Tudo isso elucida uma parte da ética capitalista abordada no texto.
    Além destas, outras mazelas podem ser visualizadas. As necessidades humanas são só são completamente ignoradas como a dignidade humana é esmagada. O médico da empresa se nega a encaminhar o funcionário para um tratamento adequado o que gera sérias sequelas físicas e um comprometimento físico a longo prazo. Os funcionários ficam mais sujeitos a transtornos mentais que outras parcelas da população e em meio a tudo isso, o trabalhador incorpora essa lógica, como pode ser visto nas falas dos funcionários que dizem “eu não vou conseguir outra coisa e preciso do dinheiro”, “o trabalho era difícil, mas dava para fazer” e “eu não tenho estudo, então é só esse tipo de trabalho que vou conseguir para sustentar a minha família”. Segundo o texto, esses processos são chamados de infantilização, alienação e ingenuidade.
    Diante disso tudo, foi possível clarificar ainda mais as questões de ambiguidade ética com as quais o psicólogo do trabalho irá lidar em sua jornada de trabalho que a professora Marina tanto fala em suas aulas. O psicólogo é um funcionário da empresa, trabalha para ela e para seus objetivos, historicamente atuou a favor do lucro e da produtividade, mas agora com a nova realidade advinda de diversas mudança sócio-histórias, o psicólogo deve também conciliar essa função com seu DEVER de promover dignidade humana, educar para os direitos e para o bem estar de todas as pessoas que compõe a organização.

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  27. Ana Flávia Girotto de Camargo

    Como bem vislumbrado no documentário Carne e Osso, a ética do capitalismo (competitividade, produtividade, lucro, exploração do homem pelo homem) parece não permitir as condições de dignidade e integridade do trabalhador.
    A modernidade se defronta com duas possibilidades de ética segundo o texto. Na primeira os fins justificam os meios, deste modo, quando se possui uma meta, mesmo que absurda, se “justifica” a necessidade de aumentar a jornada de trabalho ou a produtividade, ainda que se leve o trabalhador a condições desumanas, uma vez que o principal objetivo é a realização dos prazos e metas a qualquer custo (principalmente a saúde do trabalhador).
    Como segunda possibilidade consta a adequação entre os fins e os meios buscando assim a existência dos princípios éticos. Esse fragmento pode ser exemplificado com o documentário, quando são mencionadas as tentativas do ministério do trabalho juntamente com o ministério público para conscientizar as empresas para que elas reorganizem a rotina de trabalho, inserindo pausas e diminuindo o ritmo de produção, fornecendo assim condições mínimas para manter a saúde do trabalhador.
    Como princípio fundamental do capitalismo existe a desigualdade social, responsável por diferenciar aqueles que possuem o capital e os meios de produção daqueles que disponibilizam sua força de trabalho para poder sobreviver nesta lógica de mercado. Infelizmente, o trabalhador que oferece sua força de trabalho, juventude e saúde em troca de um salário, ao final acaba por ser abandonado e rapidamente substituído por outra mão de obra. Restando assim somente as dores e a indignação daquele que forneceu a única coisa que possuía.
    Dentre os princípios do código de ética dos profissionais de psicologia, consta que o psicólogo considerará as relações de poder nos contexto em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, deste modo, cabe mencionar os altos índices de adoecimento, não somente físico mais também psíquico, como demonstrado no documentário. Os trabalhadores sofrem diariamente devido as constantes cobranças, alto ritmo de tramalho, longas jornadas e pouca remuneração, tudo isso associado a um trabalho desgastante e repetitivo sem as mínimas condições de segurança.
    O psicólogo centra-se entre duas posições: a ética capitalista que visa os lucros, exploração do trabalho, alienação; e a ética profissional do psicólogo, focando no interesse particular de cada sujeito, no desenvolvimento pessoal, na dignidade do ser humano e na luta contra condições que coloquem em risco sua dignidade. Cabe ao psicólogo decidir se prefere compactuar com a ética capitalista, rompendo com a ética profissional, ou não compactuar e procurar possibilidades para uma atuação ética.

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  28. O documentário Carne e Osso é repleto de depoimentos que mostram o lado de quem fica em uma esteira cortando pedaços de frango. Fica claro o quão arriscado e precária são as condições de trabalho. Jovens trabalhadores de baixa escolaridade das regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil ficam expostos a condições de trabalho que são, no mínimo, assustadoras.
    É mostrado de perto a dinâmica de todo o processo de produção das carnes e seus derivados, as jornadas enfrentadas pelos trabalhadores, as precárias condições do ambiente de trabalho, os riscos de acidente de trabalho e as doenças provenientes da repetição dos mesmos movimentos milhares de vezes. Profissionais que trabalham em órgãos reguladores falam ainda sobre os desafios para a fiscalização das condições de trabalho nas áreas de abate e processamento das carnes, com o intuito de reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais dos profissionais deste setor. Todas estas situações só demonstram como o capitalismo, lucro, produtividade influenciam nas formas de organização do trabalho.

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  29. Ariadne Christie

    Foi muito complicado assistir ao documentário, tanto pelo fato de eu não gostar de carne quanto pelo impacto dos relatos. Uma das primeiras imagens do documentário que me fez refletir foi perceber a quantidade de roupa necessária para adentrar um frigorífico e como seria possível camuflar qualquer irregularidade no tempo que os auditores demoram para se arrumarem adequadamente e começarem a vistoriar. É impressionante o número expressivo de trabalhadores desse ramo no Brasil (750 mil) e dispor dessa forma da força de trabalho dessas pessoas é um absurdo. Nota-se que são pessoas pouco instruídas e movidas pelo medo (de perder o emprego) incrustado nelas constantemente e pela necessidade de sustento (mesmo que paguem miseráveis 500,00). Ter mais de um membro da mesma família trabalhando no mesmo local torna ainda mais difícil romper com o ciclo abusivo e desgastante. Percebe-se um desrespeito pela dignidade humana, despreparo dos outros profissionais (embora tenha me espantado ter um instrutor coordenando os alongamentos duas vezes ao dia, talvez tenha virado obrigatoriedade) e falta de bom senso. Pois, se as empresas querem tanto manter ou ampliar seus lucros, incentivar uma rotina agressiva e acelerada dessas é uma estupidez e se todos os consumidores conhecessem a realidade rapidamente o nome da empresa seria manchado. Para um psicólogo organizacional e do trabalho poder exercer efetivamente seu trabalho num ambiente desses e ser ouvido, ele tem que aprender a versar com outras áreas, a conversar a linguagem do mercado de trabalho, ou seja, mostrar que com certas alterações para garantir a qualidade de vida de seus funcionários vai acarretar em maiores lucros, menos rotatividade de pessoal e menos multas para a empresa. Ficou bem claro é que imprescindível para a saúde diminuir a velocidade dos processos e isso não para “florear” ou buscar alternativas, porque as opções seriam aumentar a equipe ou diminuir a jornada individual. Quanto ao contato do psicólogo com os trabalhadores, ficou evidente a necessidade de um trabalho informativo – por exemplo, explicar que depressão e estafa mental realmente existem, não é frescura, não é invenção – e que propicie desfazer a ingenuidade, alienação e infantilização. É possível alterar o sistema, desde que se toque “na ferida” de cada interessado. As pessoas não podem viver com medo, medo de não pertencerem mais a um sistema que só as destrói, outras ocupações existem e a vida não pode girar em torno de trabalho. Mais do que problemas físicos, alarmantes por sinal, os trabalhadores parecem desenvolver sérios adoecimentos mentais desde que ingressam nesses frigoríficos até quando saem compulsoriamente. Vendo tal documentário, é possível pensar tanto da atuação do psicólogo que atende esses profissionais enquanto fazem parte do sistema, requerendo um visão global do que acontece – porque só se pode entender esse indivíduo conhecendo sua rotina, que inclui até mesmo passar horas em pé, sem poder fazer suas necessidades fisiológicas no momento que bem entende, estritamente ao lado de seus colegas, sofrendo frio e calor abundantes e sendo humilhado e pressionado constantemente. Por outro lado, algo que eu não tinha pensado até ouvir o relato de uma ex-funcionária é a noção de trabalho, a importância que tem para as pessoas poder sentir útil, produtivo, valorizado, muito além da necessidade econômica. Sendo assim, há um trabalho individual a ser realizado também com quem se torna “resquício” desse sistema bruto. Trabalhar uma amputação ou invalidez por acidente de trabalho é diferente de uma ou um causado por acidente, todavia, igualmente doloroso, crônico e desafiador.

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  30. Ana Laura Domingues de Sousa

    O presente documentário ("Carne e Osso") aborda a questão do trabalho nos frigoríficos. O filme traz depoimentos de trabalhadores dessa área, a jornada de trabalho extenuante, a frequência com que os acidentes de trabalho acontecem, os efeitos colaterais que o trabalho praticamente exploratório causa na saúde física e mental dessas pessoas, todas essas e também outras questões são levantadas durante o média.

    É crucial pensarmos a respeito do papel do psicólogo dentro de empresas que cobram produção excessiva e não dão a devida assistência aos seus colaboradores. Além disso, é importante pensarmos também sobre possíveis medidas preventivas para que novos trabalhadores não sofram com tais condições abusivas, e ao mesmo tempo, é fundamental pensarmos sobre possíveis intervenções na saúde mental desses trabalhadores já afetados pelo sistema exploratório capitalista vigente nessas empresas.

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  31. O documentário carne e osso aborda questões que tangem o trabalho, retratando o cotidiano de trabalhadores de um frigorífico/abate. Durante o documentário podem ser identificadas várias situações de negligência para com a saúde do trabalhador, com cargas excessivas de trabalho, metas muito grandes para cumprir e além disso estimativas de adoecimentos físico e mental que acomete esses trabalhadores. Algo que pode ser lembrado através do texto e das aulas é a questão da relação do indivíduo com o trabalho que passa a servir apenas para suprir as necessidades econômicas. E além disso podemos lembrar da questão que nos encontramos tendo que atender tanto as necessidades da empresa e a demanda e as demandas dos trabalhadores.

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  32. Caroline Biancheti Zambotti

    O documentário que nos foi proposto assistir chama-se Carne e Osso, e fala do funcionamento de frigorificos Brasileiros. Como produção em grande escala, os trabalhadores sofrem muitos danos físicos e psicológicos, e tais condições de trabalho são ignoradas ou mascaradas pelas empresas. O documentário é chocante desde o início, pelas imagens dos animais e pela situação de trabalho pelo qual as pessoas são sujeitadas. A partir disso, podemos pensar sobre o papel que o capitalismo ocupa em nossa sociedade, ele trouxe N formas de progresso, mas a que preço? O papel do psicologo nesse contexto torna-se necessario visando a qualidade para esse trabalhador, trazendo a humanidade àquele ambiente e lembrando o que as vezes parece ter sido esquecido: estamos lidando com seres humanos, não apenas animais para o abate.

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  33. Larissa Aguiar Bisinoto
    RA: 201510811
    “Carne e Osso” é um documentário que relata o dia a dia de frigoríficos de todo o Brasil, a partir de depoimentos de trabalhadores. A negligência com a saúde física e mental, as horas trabalhadas, a velocidade com que devem cumprir as tarefas e a exploração destes trabalhadores é o que mais chama a atenção nos relatos.
    O que se pode observar é o grande impacto que capitalismo tem em tais instituições que, ao visarem o lucro e acumulação de capital, incentivam a exploração econômica, divisão de classes e as desigualdades sociais. Assim, não cumprimento do que é imposto aos trabalhadores é punido justamente no recebimento pelo trabalho e, de acordo com os relatos, a carga de trabalho imposta é três vezes maior do que é recomendado. De acordo com especialistas, todo esse excesso causa três vezes mais chances de se desenvolverem transtornos mentais, além dos riscos físicos presentes diariamente.
    Neste cenário, o psicólogo organizacional deve seguir os princípios éticos da profissão e, assim, criticar a realidade, verificar as possibilidades de transformação e desenvolver estratégias e espaços para o diálogo que visem a melhoria das condições de trabalho de tais indivíduos.

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  34. O documentário “Carne e Osso” retrata o trabalho diário de funcionários que trabalharam em frigoríficos de manipulação de carnes. Um trabalho árduo e repetitivo que provocam complicações físicas, fisiológicas e psicológicas nesses trabalhadores, os quais não são valorizados e muitas vezes abandonados pelas empresas no momento em que deixam de ser produtivos. A maioria desses trabalhadores são de regiões desprivilegiadas socioeconomicamente, fazendo com que esse trabalho seja a única solução para seu sustento, bem como o motivo de permanecer na função mesmo com muitas dores e/ou doenças. Um trabalho sub-humano, com movimentos repetitivos que ultrapassam qualquer limite de saúde física e mental do indivíduo, horas extras sem remuneração, salário inferior, entre outros pontos.
    Esses trabalhadores se sentem adoecidos, porém a necessidade de manter seu sustento e de sua família, faz com que ele permaneça e supere todas as dificuldades que o árduo trabalho lhe impõe, mesmo que isso custe a sua saúde. Além disso, o adoecimento posterior à saída do emprego é psicologicamente mais acentuado do que o físico, uma vez que o sujeito se vê sem o emprego, sem ajuda e abandonado pela empresa, a qual ele dedicou seu trabalho, seu tempo e sua energia e, ainda, é presente o arrependimento de ter deixado seu estado de saúde chegar ao ponto de calamidade.
    As empresas, dessa forma, em busca de melhorar seus rendimentos e se tornar uma empresa de sucesso, coloca o capital acima de qualquer ser humano. Deixando que eles adoeçam e sejam trocados por profissionais mais produtivos, invés de melhorar suas técnicas e sua linha de produção, aumentar o contingente de trabalhadores e investir em recursos humanos saudáveis, uma vez que as multas geradas com os processos são menores do que trocar toda a infraestrutura da empresa.
    FLORENCE CARLA DE MORAIS

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  35. Raissa Maria Fragelli
    RA: 201510813

    O documentário "Carne e Osso" fala sobre a rotina abusiva presente em frigoríficos em relação aos serviços prestados pelos funcionários, tendo foco especial na forma como estes serviços são estabelecidos. Sob o olhar da ética como um viés da psicologia, bem como pela ótica da dinâmica do capitalismo, a saúde do trabalhador muitas vezes é deixada de lado para dar lugar a uma produção em massa que desrespeita a própria funcionalidade humana, como horários de sono e/ou de descanso. Desde o início, o documentário mostra-se bastante chocante em suas imagens mas, principalmente, pelos relatos mostrados, gerando um chamado sobre o quão gritante é o papel da psicologia no meio organizacional, e o quanto ainda deve ser mudado neste meio.

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  36. O documentário mostra, de forma bem realista, as condições de trabalho em frigoríficos brasileiros. É impactante do início ao fim pois as imagens do local de trabalho, forma de execução e velocidade são perturbadoras. Quem assiste ao filme, chega ao final um tanto quanto transtornado com tantas informações e com o choque de realidade vivido, imagina para as pessoas que viveram/vivem isso rotineiramente.
    Os trabalhadores deixam claro que se submetem a esse tipo de emprego em virtude do sustento da família, mas até que ponto eles conseguiram chegar? Quanto de saúde se perdeu nesse tempo? Vale a pena?
    Acredito que para eles, prover o sustento familiar custou muito mais caro que o salário recebido, não somente isso, mas quanto de vida se desperdiça para viver?
    Para nós, conhecer a realidade do mundo capitalista nos mostra todo o caminho percorrido por aqueles belos produtos embalados. Construímos a falsa ideia que máquinas são responsáveis por embalagens, armazenamentos, limpeza e “confecção” dos produtos, e nos esquecemos dos seres humanos que operam essas máquinas e que contribuem de forma intensa para que esses produtos cheguem em nossas casas, da forma mais simples e indolor. Fico refletindo sobre quantas outras empresas funcionam da mesma forma, e quantas outras pessoas vivenciam essa realidade até hoje.
    Depois de assistir, fica claro a importância de psicólogos e funcionários da área da saúde que atuam nessa área organizacional, objetivando a melhora/promoção da saúde e das condições de vida dentro das empresas. É necessário que a todo momento, os donos e empresários sejam relembrados que estão empregando pessoas e não máquinas.

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  37. Ariadne de Araújo Silva
    O documentário “Carne e Osso” mostra relatos de pessoas que já trabalharam em alguns frigoríficos do Brasil. É mostrado o quão difícil é trabalhar em frigoríficos, pois a rotina de trabalho é pesada e totalmente mecanizada, na qual os trabalhadores não podem conversar ou até mesmo ir ao banheiro. As pessoas que relataram as suas experiências, explicam que era difícil encontrar outra oportunidade de trabalho por não terem especializações ou nível escolar elevado, dessa forma, aceitaram emprego em um local com péssimas condições de trabalho para sustentarem as suas famílias.
    A impressão que tive, é de que os trabalhadores dos frigoríficos são tratados como máquinas, os movimentos são repetidos por longos minutos e são poucas as vezes em que eles param, nem que seja para irem ao banheiro ou para alongarem-se. Algumas falas me trouxeram grande impacto, como quando algumas pessoas relataram que não podiam ficar doentes, que nunca faltaram ao trabalho, que deveriam acompanhar a velocidade da esteira e que foram despedidos após apresentarem adoecimentos - muitos dos quais eram causados pelo trabalho.
    Vemos no documentário, uma ética capitalista que visa o lucro, não respeitando os trabalhadores. Pode-se inferir que, tal ética vai contra a ética dos profissionais de saúde que atendem os trabalhadores desses frigoríficos. Contudo, tais profissionais parecem se render a ética capitalista. Isso pode ocorrer em casos de outros profissionais da área da saúde, um psicólogo, por exemplo, poderia utilizar o seu conhecimento para simplesmente adaptar o trabalhador ao seu ambiente e jornada de trabalho, sem questionar ou buscar aprimorar suas práticas visando prezar pela saúde do trabalhador.
    Assim, o documentário possibilita diversas reflexões. Cabe lembrar que o trabalho do psicólogo em empresas e organizações deve estar de acordo com o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Além disso, esse psicólogo deve tentar buscar atender as demandas da empresa e dos trabalhadores, não tentando apenas adaptá-los ou remediar os sintomas que são expressões das condições precárias de seu trabalho. É uma tarefa difícil, pois exige que esse profissional saia de um lugar cômodo e reinvente a sua prática.

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  38. Mariah de Sá Pompeu

    O documentário Carne e Osso mostra a realidade dos frigorificos brasileiros, focando principalmente nos trabalhadores desses locais e na alta carga de trabalho que esses sofrem. O trabalhador é tratado de forma desumana, são obrigados a fazer 18 movimentos de corte a cada 15 segundos, quando reclamam de dor apenas ganham um analgesico e por vezes acabam sendo impedidos até de ir ao banheiro, tudo isso para não desacerelar o processo de produção da empresa.
    Mesmo tendo consciencia dos males sofridos, os ex trabalhadores desses frigorificos documentam que não tinham escolha, pois necessitavam do serviço para sustento proprio e da familia. Alguns relatam o quão arrependidos são, por não terem desistido desse emprego antes de adquirirem uma doença cronica ou até mesmo sofrerem amputamento por conta da falta de estrutura que os frigorificos tem.
    O documentário é bem impactante e faz refletir até que ponto o trabalhador tem que aguentar um serviço desgastante e adoecedor, enquanto a empresa só pensa no lucro e no aumento de produção.

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  39. O documentário “Carne e osso” retrata o trabalho de funcionários de empresas frigoríficas no Brasil. Ele mostra uma forma de trabalho muito precária, pois apesar de se tratar de uma grande empresa a saúde e bem-estar do trabalhador não é considerada. Trabalhadores relataram trabalhar na mesma função, em uma mesma posição, fazendo os mesmos gestos e movimentos por 8 horas no dia, sendo este um trabalho muito minucioso, que requer muita atenção e agilidade. Entretanto, eles não possuem pausas para descanso, além de realizarem muito mais movimento do que o permitido para que não ocorram problemas de saúde.
    Os funcionários relataram sobre uma grande cobrança para que aumentassem a sua produtividade, dizendo que quanto mais eles produziam, mais seus superiores deveriam exigir. Um trabalho muito estressante, desgastante, onde mesmo trabalhando além do horário permitido, estas horas extras não eram contabilizadas para seu pagamento. Porém, apesar desta opressão muitos trabalhadores, por dependerem do emprego para sobreviver, tem grande medo de exigir seus direitos e assim perder seu trabalho. Muitas vezes, o próprio trabalhador, imerso nessa lógica capitalista, não consegue enxergar quando a empresa está cobrando uma força de trabalho maior do que consegue e deve realizar sem causar prejuízos à sua saúde, aceitando e normalizando esta forma de tratamento.
    É possível estabelecer uma relação entre este documentário e o texto "Questões éticas da Psicologia Social do Trabalho e das organizações voltada à Gestão de Pessoas”. Ele aborda a temática ética presente no capitalismo, a ética pessoal dos sujeitos e a ética de atuação da psicologia. O artigo retrata essa ética capitalista como uma instância permeada pela competitividade, pela imposição da exagerada produtividade pessoal, sempre visando o lucro, não dando espaço à saúde do trabalhador. Estas questões são visíveis no documentário, onde a produtividade exacerbada e o lucro tem mais valor do que o bem-estar biopsicossocial dos sujeitos. A ética presente no capitalismo muitas vezes não dá lugar a uma ética para o ser humano, que abarque suas interrelações e a atuação dos profissionais envolvidos nessa organização.
    O número de doenças relacionados ao trabalho tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, tanto doenças mentais e físicas. Em um depoimento comovente uma ex funcionária da empresa fala enquanto o trabalhador produz e dá lucros ao lugar ele é bem-vindo no ambiente, mas quando ele começa a apresentar problemas, doenças e déficits devido ao próprio trabalho que é precário, a empresa não aceita suprir com as necessidades deste trabalhador, mostrando o quão descartável os indivíduos são perante o capitalismo.
    Esta lógica capitalista é muito deturpada, pois assim como um auditor fiscal do trabalho pontua, estas empresas devem ser conscientizadas dos malefícios que essas más condições acarretam não somente ao trabalhador, mas também à própria empresa. É necessário conscientizar as empresas de que elas precisam reprojetar as tarefas, diminuir o ritmo de produção e aumentar as pausas para descanso, pois um trabalhador satisfeito e saudável trará muito mais lucro do que um trabalhador insatisfeito. No começo a produção irá diminuir, entretanto eles irão ganha em outras questões, como menos rotatividade de funcionários, menos absenteísmo, menos afastamentos e menos substituições quando se ausentam.

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  40. O documentário Carne e Osso retrata a assustadora realidade dos trabalhadores dos frigoríficos bilionários brasileiro, com a duração de 65 minutos e direção de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. O documentário mostra o quanto esses trabalhadores trabalham mais do que o recomendado, trazendo maiores chances de desajustes emocionais e maiores chances de doenças psicológicas. A legislação trabalhista, nesse contexto é claramente desrespeitada, e as funções são repetitivas e ariscadas. O documentário relata histórias de pessoas da classe trabalhadora desses lugares, e suas tragédias e sofrimentos reflexos desse desumano trabalho, onde são submetidos a dores profundas e sequelas. O indivíduo, geralmente, sujeito à esse trabalho não possuem outras formas de sustento ou até mesmo possibilidades. Os trabalhadores se queixam de dores imensas, e uma cobrança de produtividade muito grande - cobrança do nosso atual sistema econômico de produção a todo custo.
    É exigido do trabalhador uma postura, produção e, até mesmo, forma de trabalho, maquinário, onde qualquer singularidade e subjetividade é desrespeitada e ignorada.

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  41. Desde o princípio, o documentário “Carne e Osso” causa aflição e desesperança através das imagens que ilustram o trabalho repetitivo e maçante dos funcionários do frigorífico. Nota-se que, aparentemente, os funcionários utilizam EPI’s e usufruem de um ambiente limpo e digno para trabalhar. Entretanto, é a partir dos depoimentos de funcionários e ex-funcionários que se consegue ter uma ideia de como os frigoríficos realmente funcionam.
    A lógica de funcionário descartável que se repete causa sofrimento entre os que trabalham e os que já trabalharam nesse ambiente. Acontece que as empresas contratam os funcionários, fazem com que eles adoeçam por diversos motivos como: o trabalho repetitivo (considerando fatores físicos), desgastante e coercitivo; esse adoecimento gera licenças médicas e gastos financeiros com o médico da empresa, resultando prejuízo para a empresa e motivos para o funcionário ser demitido.
    Essa cadeia de acontecimentos se mantém porque a indústria carne é muito poderosa no Brasil, logo, empresas como essa oferecem empregos para a população de cidades pequenas como a que fora mostrada, empregando mais de um membro da família e tornando a empresa essencial para a economia da cidade em questão.
    O incômodo maior dentre todas as situações mostradas é o questionamento sobre o papel do psicólogo em situações como essa. O que podemos fazer em indústrias que cobram alta produção dos funcionários que já trabalham num ambiente opressor e desestimulante? O que podemos fazer dentro dessa indústria bilionária que, claramente, não se importa com a saúde do trabalhador? Como lidar com essa indústria que não sofre com o adoecimento dos funcionários porque o lucro é muito maior do que as multas e indenizações que elas vem a pagar posteriormente ao funcionário adoecido?


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  42. Maria Clara Achcar

    O documentário “Carne e Osso” foi criado por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros e foi publicado no Brasil em 2011. A obra retrata o cotidiano de trabalhadores nos frigoríficos de carnes. No decorrer do documentário, os trabalhadores vão contando fatos pelos quais passaram relacionados ao ambiente do trabalho e, além disso, profissionais relatam mais profundamente sobre a realidade chocante ligada ao sistema de produção e o trabalho em si. A forma de trabalho apresentada faz com que os trabalhadores não conheçam o processo de fabricação como um todo, mas sim as partes das quais estão encarregados de cuidar. O que também chama atenção é o fato de que o tempo que eles possuem para realizar as atividades seja tão pouco e os movimentos sejam tão repetitivos a ponto de causar uma lesão: o que está em vista não é a saúde do trabalhador, mas sim o lucro para a empresa. Podemos conhecer depoimentos de pessoas que trabalham e já trabalharam nesse ambiente e é relatado o quanto isso foi prejudicial na vida deles, as condições de trabalho são muito precárias e não são respeitados os direitos de um trabalhador e muito menos de um ser humano. Hoje, estamos em 2017, seis anos após a produção deste documentário e a questão que surge é em relação às mudanças que já podem ter ocorrido, não só no nosso país, mas também no exterior. Diante disso, podemos refletir sobre o que um psicólogo organizacional poderia fazer estando inserido nesse local de trabalho: o primeiro passo seria identificar a necessidade de mudança e de várias adaptações para a saúde mental e física daqueles que trabalham ali. Podemos considerar que um evento no trabalho afeta também a vida social e pessoal do trabalhador, o que gera uma “bola de neve” e diversos conflitos psíquicos, portanto o psicólogo deve ter sempre em mente qual é o seu papel e o seu objetivo dentro daquela empresa. Assim, ele conseguirá exercer sua função sem se misturar ao sistema e sem adentrar nele, então evitando o risco de se tornar parte desse processo que trata o ser humano como uma máquina, que pode ser usada e descartada a qualquer momento.

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